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O presente texto, que teve início com a pretensão de apresentar a defesa de um ponto de vista junto à "Prefeitura Municipal de Curitiba", acabou por transformar-se... numa "declaração de amor pela cidade"... numa "crítica sentida (pra não dizer "doída") ao nosso planejamento urbano"... numa "análise honesta de nossa produção arquitetônica", num "pedido de socorro ao "Alto da XV" e às demais ZR-3(s)"... num "grito de liberdade à criatividade dos arquitetos que atuam no município"... num "apelo por uma cidade mais humana"... numa "busca de retomada de valores hoje praticamente esquecidos"... além de, como facilmente perceptível, ter se transformado "numa tentativa de resgate de minha "auto-estima"".
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Costumo dizer que “curitibano de verdade” (da minha geração) – ao menos e/ou entre outras coisas - é...
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Claro... ficam... um, dois, três e até quatro pavimentos (mais de 10 metros de altura, sem considerar o telhado), encima de um terreno com 6 metros de largura... Tem que ficar com uma proporção estranha... Adequada, correta, legal (no sentido jurídico da palavra), mas... estranha!!!
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Opção 4:
Quero aqui, destacar que em uma ZR-2 (assim como em uma ZR-3), a legislação nos permite colocar três residências unifamiliares no mesmo lote (não “residências em série”, trata-se de outro conceito), adotando-se, então, um critério que é tipicamente de ZR-3 (que é muito mais permissiva) em uma ZR-2 (que é muito mais restritiva), ou seja, a fração ideal... Assim como permite, também, em um condomínio de “residências em série”, colocar os veículos no sub-solo, confundindo, no mínimo, o critério de sub-lotes...
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Por que não poderíamos nós, projetistas, usar um critério tipicamente de ZR-3 em uma ZR-3?
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Vejamos, ainda: em uma ZR-3, a Prefeitura nos permite construir um pavimento, dois pavimentos, três pavimentos, quatro pavimentos e até, cinco pavimentos. É uma prerrogativa do projetista. No caso em lide, somente optei por não continuar pra cima a edificação. Parei na primeira unidade residencial..., pois é o que o entorno pede (ganhando, de prêmio, maior conforto e segurança para os ocupantes das moradias e para seus circunvizinhos).
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Não há por que existir o critério de unidades residenciais agrupadas verticalmente, pois somente trás, como demonstrei, anteriormente, prejuízo ao conjunto como um todo, e à população em geral... e, nunca, qualquer benefício.
Certamente que não pretenderia usar o mesmo critério em uma ZR-2. Este conceito somente é válido em uma ZR-3, onde é possível construir-se “habitação coletiva”.
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ENFIM... A PROPOSTA:
- “Habitação coletiva” é um conjunto de unidades residenciais onde o seu terreno é coletivo. -
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Mas é muito simples... Nem no nome há o conceito de verticalidade.
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Quem sabe o “Departamento do Urbanismo” pudesse flexibilizar, humanizar, ao interpretar e assumir que, não trazendo prejuízo, somente benefícios... não há porque não permitir...
Quem sabe o “Departamento de Urbanismo” pudesse expandir o conceito proposto, trazendo, com isso, uma nova paisagem e uma nova alternativa de vida para as nossas “ZR-3”(s).
DEPOIS:
O texto:
Solicito a aprovação de meu projeto protocolado no "Departamento de Urbanismo" sob n.o. 01-142778/2008, enquadrando-o como “Habitação coletiva” levando em conta o conceito constante do “Capítulo XXIII (“Classificação das Edificações”) - art. 183 - da Lei 11.095 de 8 de julho de 2004” (o nosso "Código de Posturas" - a lei mais importante do Município), onde se lê, tão somente:
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“As edificações coletivas serão sob forma de condomínio, deverão obedecer a legislação civil específica, onde a cada unidade imobiliária corresponde uma fração ideal do terreno.”.
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ENFIM... A DECISÃO DO CONSELHO (ipsis litteris):
O presente texto, que teve início com a pretensão de apresentar a defesa de um ponto de vista junto à "Prefeitura Municipal de Curitiba", acabou por transformar-se... numa "declaração de amor pela cidade"... numa "crítica sentida (pra não dizer "doída") ao nosso planejamento urbano"... numa "análise honesta de nossa produção arquitetônica", num "pedido de socorro ao "Alto da XV" e às demais ZR-3(s)"... num "grito de liberdade à criatividade dos arquitetos que atuam no município"... num "apelo por uma cidade mais humana"... numa "busca de retomada de valores hoje praticamente esquecidos"... além de, como facilmente perceptível, ter se transformado "numa tentativa de resgate de minha "auto-estima"".
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O texto:
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Srs.:
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Gostaria que o projeto anexo fosse enquadrado como "habitação coletiva", mas, antes das argumentações, quero me apresentar:
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Nasci e fui criada em Curitiba, onde nasceram também meus pais (ele advogado e ex-promotor de Justiça e ela, bioquímica, ambos formados pela UFP) e... onde nasceram, também, meus avós (um deles, proprietário de uma indústria de barricas de erva-mate na “Vila Izabel”, que, quando da Segunda Guerra Mundial, veio a falir, desencadeando, involuntariamente, um desastre urbano - e social - no local onde se encontrava... e o outro, Coronel da Polícia Militar do Paraná, tradicional do bairro “Rebouças” que, por sua dedicação à causa pública, empresta, hoje, seu nome a uma das ruas da cidade - assim como meu tetravô, o avô de meu avô).
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Vivi minha vida toda aqui (a não ser por curto período de tempo em que morei no exterior). Vi esta cidade crescer.
..
Vivi minha vida toda aqui (a não ser por curto período de tempo em que morei no exterior). Vi esta cidade crescer.
Costumo dizer que “curitibano de verdade” (da minha geração) – ao menos e/ou entre outras coisas - é...
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. aquele que recorda do tempo em que, por longos períodos, chovia todos os dias, e tanto, que era hábito colocarmos galochas sobre os sapatos, para poder enfrentar o barro... e pendurar nossas meias atrás da geladeira, para que elas pudessem secar...
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. aquele que se lembra do nosso inverno com frio intenso e prolongado, do nosso céu cinzento, sombrio e carrancudo, a maior parte do ano... aquele que se lembra da alegria da chegada do “veranico de maio”...
.
. aquele que, criança, ficava deslumbrado com o outdoor de prismas giratórios que existia na “Avenida Marechal Deodoro” (atrás do prédio dos “Correios”)... e boquiaberto com o movimento do painel luminoso vertical, então existente na “Praça Zacarias”, veiculando um anúncio da “Frigidaire” ( - painel este que mais tarde foi substituído por outro, desta vez horizontal, dando as últimas notícias do dia - )...
.
. aquele que brincou de catar “vaga-lumes” ou de colher “sempre-vivas” no mato que existia sob as torres da, hoje, “Avenida das Torres”... aquele que brincou de contar balões no nosso colorido céu “de brigadeiro” do mês de junho.
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. aquele que se lembra do nosso inverno com frio intenso e prolongado, do nosso céu cinzento, sombrio e carrancudo, a maior parte do ano... aquele que se lembra da alegria da chegada do “veranico de maio”...
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. aquele que, criança, ficava deslumbrado com o outdoor de prismas giratórios que existia na “Avenida Marechal Deodoro” (atrás do prédio dos “Correios”)... e boquiaberto com o movimento do painel luminoso vertical, então existente na “Praça Zacarias”, veiculando um anúncio da “Frigidaire” ( - painel este que mais tarde foi substituído por outro, desta vez horizontal, dando as últimas notícias do dia - )...
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. aquele que brincou de catar “vaga-lumes” ou de colher “sempre-vivas” no mato que existia sob as torres da, hoje, “Avenida das Torres”... aquele que brincou de contar balões no nosso colorido céu “de brigadeiro” do mês de junho.
. aquele que se perguntou, ao brincar dentro do pátio do “Museu Paranaense”, à “Avenida Batel”, o por quê de os meninos terem a mania de fazer pontaria, com seus estilingues, nas vidraças do seu prédio, já, então, abandonado...
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. aquela menina que, como eu, sonhava em frente às vitrinas de roupas das "Lojas Mazer" e que comprava o seu par de sapatos da temporada na "Baby Rock".
.
. aquele que viveu os doces natais curitibanos de antigamente: que foi ver a decoração da “Móveis Cimo”, em frente ao “Hospital Cajurú”... e a da casa do “Hermes Macedo”, na “Avenida Batel”... que foi ver o presépio no porão de sua loja, a “HM”, e a decoração dela que passava, em um pórtico, por sobre a “Avenida Barão do Rio Branco”, a sua frente... Curitibano é quele que foi fazer seus pedidos ao Papai-Noel no subsolo das “Lojas Prosdócimo”...
.. aquela menina que, como eu, sonhava em frente às vitrinas de roupas das "Lojas Mazer" e que comprava o seu par de sapatos da temporada na "Baby Rock".
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. aquele que viveu os doces natais curitibanos de antigamente: que foi ver a decoração da “Móveis Cimo”, em frente ao “Hospital Cajurú”... e a da casa do “Hermes Macedo”, na “Avenida Batel”... que foi ver o presépio no porão de sua loja, a “HM”, e a decoração dela que passava, em um pórtico, por sobre a “Avenida Barão do Rio Branco”, a sua frente... Curitibano é quele que foi fazer seus pedidos ao Papai-Noel no subsolo das “Lojas Prosdócimo”...
. aquele que foi passear pela “Avenida Kennedy”, recém inaugurada, e ficou atordoado com sua iluminação de luz de mercúrio, novidade à época, formando, para quem via de longe, um espetacular colar de diamantes luminosos...
.
. aquele que conhecia o horário para subir e o horário para descer a “Estrada da Graciosa”...
.
. aquele que sofreu com as obras do “Rio Belém”, na “Rua Mariano Torres”... e/ou com as obras de saneamento do então “Prefeito Omar Sabbag”, meu querido professor...
.
. aquele que comeu pizza em pedaços, servida em papel de embrulho, com vitamina de frutas, em pé, no balcão da “Savoy”... e o inesquecível cachorro quente das “Lojas Americanas”...
.
. aquele que saboreou o sorvete da “Formiga” e a coalhada da “Schaffer”...
.
. aquele que viu, indignado, o incêndio do “Teatro Guaíra”... e que, anos mais tarde, vibrou com a contratação dos bailarinos para a formação de seu primeiro “Corpo de Baile”.
.
. aquele que preferiu as escadas, a enfrentar o belíssimo elevador que levava ao “Inter Americano” (antes ainda de ser UCBEU), sediado, então, no Edifício “Moreira Garcez”... e que sempre teve um olhar de respeito e admiração pela "Mme. Garfunkel", sempre tão atuante...
.
. aquele que viu a cidade cobrir-se de branco no inverno de 1975...
.
. aquele que pediu “mini-pastelzinho” no “Bar Pasquale”, do “Passeio Público”, em um sábado na hora do almoço (necessariamente), no final da década de 70, início da de 80... e “mineiro de botas” no “Bar Palácio”, no tempo em que mulher só entrava acompanhada...
.
.. aquele que freqüentou o “Restaurante Iguaçú”, a “Confeitaria das Famílias”, o “Ti-pi-ti”, a “Ilha”, a “Jackie-O”, a “Maria Pia”, o “Gui Sopas”, o “Bebedouro”, a boatinha do “Sírio”... as saídas do “Colégio Sion”...
.
. aquele que foi a um “Baile do Horror” da “Sociedade Thalia”, aos inesquecíveis bailes do “Jockey Club” ou a uma das duas únicas inolvidáveis “festas de arromba” do “Hotel Iguaçú Campestre” (hoje “Hospital Vita”)...
.
. aquele que, no tempo da latinidade, foi ver o “Tarancón” se apresentar no “Teatro Paiol” e que não podia perder sequer uma única “sessão da meia-noite” do “Cine Astor”...
.
. aquele que ao chegar ao topo do “Pico do Marumby” disse: “Nunca mais!”, sem entender como, breve, se viu lá em cima novamente... aquele que tomou banho “de bica” na “Praia das Encantadas” e foi comprar pão caseiro em “Brasília”, na “Ilha do Mehl”...
.
. aquele que se lembra das gincanas do “Curitibano” e das turmas da “Saldanha” e da “Praça Espanha”...
.
. aquele que olha um prédio alto em meio a outros muito mais baixos e sabe que aquele prédio é, ainda, do tempo do “Plano Agache”.
.
. aquele que sabe o que representou a administração do “Prefeito Ivo Arzua” para a cidade e que sabe, ainda, quem é ”Jorge Wilheim”...
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. aquele que conhecia o horário para subir e o horário para descer a “Estrada da Graciosa”...
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. aquele que sofreu com as obras do “Rio Belém”, na “Rua Mariano Torres”... e/ou com as obras de saneamento do então “Prefeito Omar Sabbag”, meu querido professor...
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. aquele que comeu pizza em pedaços, servida em papel de embrulho, com vitamina de frutas, em pé, no balcão da “Savoy”... e o inesquecível cachorro quente das “Lojas Americanas”...
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. aquele que saboreou o sorvete da “Formiga” e a coalhada da “Schaffer”...
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. aquele que viu, indignado, o incêndio do “Teatro Guaíra”... e que, anos mais tarde, vibrou com a contratação dos bailarinos para a formação de seu primeiro “Corpo de Baile”.
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. aquele que preferiu as escadas, a enfrentar o belíssimo elevador que levava ao “Inter Americano” (antes ainda de ser UCBEU), sediado, então, no Edifício “Moreira Garcez”... e que sempre teve um olhar de respeito e admiração pela "Mme. Garfunkel", sempre tão atuante...
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. aquele que viu a cidade cobrir-se de branco no inverno de 1975...
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. aquele que pediu “mini-pastelzinho” no “Bar Pasquale”, do “Passeio Público”, em um sábado na hora do almoço (necessariamente), no final da década de 70, início da de 80... e “mineiro de botas” no “Bar Palácio”, no tempo em que mulher só entrava acompanhada...
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.. aquele que freqüentou o “Restaurante Iguaçú”, a “Confeitaria das Famílias”, o “Ti-pi-ti”, a “Ilha”, a “Jackie-O”, a “Maria Pia”, o “Gui Sopas”, o “Bebedouro”, a boatinha do “Sírio”... as saídas do “Colégio Sion”...
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. aquele que foi a um “Baile do Horror” da “Sociedade Thalia”, aos inesquecíveis bailes do “Jockey Club” ou a uma das duas únicas inolvidáveis “festas de arromba” do “Hotel Iguaçú Campestre” (hoje “Hospital Vita”)...
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. aquele que, no tempo da latinidade, foi ver o “Tarancón” se apresentar no “Teatro Paiol” e que não podia perder sequer uma única “sessão da meia-noite” do “Cine Astor”...
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. aquele que ao chegar ao topo do “Pico do Marumby” disse: “Nunca mais!”, sem entender como, breve, se viu lá em cima novamente... aquele que tomou banho “de bica” na “Praia das Encantadas” e foi comprar pão caseiro em “Brasília”, na “Ilha do Mehl”...
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. aquele que se lembra das gincanas do “Curitibano” e das turmas da “Saldanha” e da “Praça Espanha”...
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. aquele que olha um prédio alto em meio a outros muito mais baixos e sabe que aquele prédio é, ainda, do tempo do “Plano Agache”.
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. aquele que sabe o que representou a administração do “Prefeito Ivo Arzua” para a cidade e que sabe, ainda, quem é ”Jorge Wilheim”...
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. aquele que viu, atônito, a Rua XV de Novembro, da noite para o dia, ser fechada aos automóveis e transformada em rua para pedestres...
.
. aquele que sabe que, em Curitiba, houve um tempo em que não se permitia a construção de “shoppings centers”, pois a “Rua das Flores” deveria ser considerada o seu “shopping a céu aberto”... e que depois acompanhou, da janela de seu quarto, a construção do “Shopping Müller”, tijolo por tijolo...
.
. aquele que se espantou com coberturas roxas de acrílico do “Abrão Assad” e fica, ainda hoje, admirado com o desenho de suas floreiras, de suas luminárias... de seu equipamento urbano...
.
. aquele que se lembra do "Parque Bariguí" do tempo em que era puro lodaçal... e que pegou ônibus interestadual no, hoje, "Terminal Guadalupe"...
.
. aquele que se lembra das encantadoras pérgulas da “Travessa Oliveira Belo” e do gigantesco tabuleiro de xadrez da “Praça Generoso Marques”...
.
. aquele que se lembra das obras na “Avenida Sete de Setembro” para a definição dos primeiros eixos estruturais da cidade... e que viu, estupefato, o primeiro ônibus expresso (o vermelhão, que não era ainda nem articulado, quem dirá “bi”) passar em frente a sua casa...
.
Curitibano de verdade é aquele que viu, positivamente, sua cidade ser tomada por pessoas vindas de todos os cantos do estado e do país e até mesmo de muitos cantos do mundo, recebendo-as de braços abertos, apesar dos preconceitos que sempre sofreu por sua maneira de ser... fria, distante e reservada, segundo muitos...
.
É a nossa herança européia... Do meu ponto de vista, o curitibano de verdade, um incompreendido, nada mais é do que equilibrado, discreto, civilizado! Um cara sério. Talvez, eventualmente, tímido, mas não por conceito, antipático!!!
. aquele que viu, atônito, a Rua XV de Novembro, da noite para o dia, ser fechada aos automóveis e transformada em rua para pedestres...
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. aquele que sabe que, em Curitiba, houve um tempo em que não se permitia a construção de “shoppings centers”, pois a “Rua das Flores” deveria ser considerada o seu “shopping a céu aberto”... e que depois acompanhou, da janela de seu quarto, a construção do “Shopping Müller”, tijolo por tijolo...
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. aquele que se espantou com coberturas roxas de acrílico do “Abrão Assad” e fica, ainda hoje, admirado com o desenho de suas floreiras, de suas luminárias... de seu equipamento urbano...
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. aquele que se lembra do "Parque Bariguí" do tempo em que era puro lodaçal... e que pegou ônibus interestadual no, hoje, "Terminal Guadalupe"...
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. aquele que se lembra das encantadoras pérgulas da “Travessa Oliveira Belo” e do gigantesco tabuleiro de xadrez da “Praça Generoso Marques”...
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. aquele que se lembra das obras na “Avenida Sete de Setembro” para a definição dos primeiros eixos estruturais da cidade... e que viu, estupefato, o primeiro ônibus expresso (o vermelhão, que não era ainda nem articulado, quem dirá “bi”) passar em frente a sua casa...
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Curitibano de verdade é aquele que viu, positivamente, sua cidade ser tomada por pessoas vindas de todos os cantos do estado e do país e até mesmo de muitos cantos do mundo, recebendo-as de braços abertos, apesar dos preconceitos que sempre sofreu por sua maneira de ser... fria, distante e reservada, segundo muitos...
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É a nossa herança européia... Do meu ponto de vista, o curitibano de verdade, um incompreendido, nada mais é do que equilibrado, discreto, civilizado! Um cara sério. Talvez, eventualmente, tímido, mas não por conceito, antipático!!!
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Sou arquiteta e urbanista formada em 1981, orgulhosamente, pela Universidade Federal do Paraná (onde fui aluna laureada).
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Minha origem e formação fazem de mim uma cidadã que vê a cidade com olhar de admiração... não deixando, porém, esse olhar, de ser crítico.
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Por absoluto deleite tenho o hábito de escrever e meu envolvimento com a cidade e respeito pelos mecanismos de participação na sua gestão oferecidos pela Municipalidade à população já foram exaustivamente destacados em meus textos.
.Sou arquiteta e urbanista formada em 1981, orgulhosamente, pela Universidade Federal do Paraná (onde fui aluna laureada).
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Minha origem e formação fazem de mim uma cidadã que vê a cidade com olhar de admiração... não deixando, porém, esse olhar, de ser crítico.
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Por absoluto deleite tenho o hábito de escrever e meu envolvimento com a cidade e respeito pelos mecanismos de participação na sua gestão oferecidos pela Municipalidade à população já foram exaustivamente destacados em meus textos.
Quem lê meus escritos não pode deixar de observar meu amor incondicional a Curitiba. Assim como não pode deixar de observar... meu inconformismo frente ao pré-estabelecido, o “tido como certo”, de uma maneira geral...
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Minha participação na administração da cidade não pode ser ignorada, pois está, certamente, registrada no cadastro dos telefonemas que faço ao "156", quando solicito providências da Municipalidade não somente pra mim ou minha família, mas também para a população, como um todo.
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Ela, a minha participação como cidadã, também está registrada nos trabalhos voluntários que realizo, junto com outros arquitetos, sempre no intuito de viabilizar o “bem viver” na cidade, apesar de, há muito, não estar mais atuando como profissional no Município...
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Sou cidadã (e profissional) empenhada e engajada... E é com esta perspectiva que gostaria de fazer com que o meu ponto de vista fosse analisado.
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Peço desculpas, se me alongo, mas... não gostaria de que fossem encaradas, a minha visão e proposta, como aquelas de uma empresária gananciosa e tendenciosa. Não gostaria que minha proposta fosse vista como aquela de alguém que está querendo burlar a lei, como a mim já foi dito por determinados funcionários de nossa Prefeitura.
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Minha participação na administração da cidade não pode ser ignorada, pois está, certamente, registrada no cadastro dos telefonemas que faço ao "156", quando solicito providências da Municipalidade não somente pra mim ou minha família, mas também para a população, como um todo.
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Ela, a minha participação como cidadã, também está registrada nos trabalhos voluntários que realizo, junto com outros arquitetos, sempre no intuito de viabilizar o “bem viver” na cidade, apesar de, há muito, não estar mais atuando como profissional no Município...
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Sou cidadã (e profissional) empenhada e engajada... E é com esta perspectiva que gostaria de fazer com que o meu ponto de vista fosse analisado.
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Peço desculpas, se me alongo, mas... não gostaria de que fossem encaradas, a minha visão e proposta, como aquelas de uma empresária gananciosa e tendenciosa. Não gostaria que minha proposta fosse vista como aquela de alguém que está querendo burlar a lei, como a mim já foi dito por determinados funcionários de nossa Prefeitura.
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Não quero e não vou entrar em contato com a Municipalidade em proveito próprio, tão somente.
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Então... aos fatos:
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Há vinte anos comprei um apartamento no “Champagnat”.
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Por questões pessoais, acabei me mudando do lugar, deixando meu apartamento alugado, e indo morar no “Alto da XV”.
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Saí de um local árido e desumano (apesar dos esforços que a Prefeitura vem fazendo no sentido de amenizar a situação) para encontrar a felicidade no condomínio onde moro, hoje, “de aluguel”, no “Alto da XV”.
.
Saí de uma região nova, recém implantada, na ocasião, e relativamente distante (então...), para ir morar num dos bairros mais antigos da cidade, ainda relativamente intacto, ao lado de seu centro.
.Não quero e não vou entrar em contato com a Municipalidade em proveito próprio, tão somente.
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Então... aos fatos:
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Há vinte anos comprei um apartamento no “Champagnat”.
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Por questões pessoais, acabei me mudando do lugar, deixando meu apartamento alugado, e indo morar no “Alto da XV”.
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Saí de um local árido e desumano (apesar dos esforços que a Prefeitura vem fazendo no sentido de amenizar a situação) para encontrar a felicidade no condomínio onde moro, hoje, “de aluguel”, no “Alto da XV”.
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Saí de uma região nova, recém implantada, na ocasião, e relativamente distante (então...), para ir morar num dos bairros mais antigos da cidade, ainda relativamente intacto, ao lado de seu centro.
Tenho certeza, aliás, de que o fato de o "Alto da XV" ter se conservado quase que inalterado ao longo de todas as tranformações que a cidade sofreu no decorrer dos últimos 35, 40 anos, foi em função de encontrar-se longe de seus "eixos estruturais". Se, por um lado, daqui fica muito mais difícil se fazer uso do "fantástico" "sistema de transporte coletivo" da cidade, tão enaltecido mundo afora, por outro, a região não foi agredida por ele...
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Enfim... Saí de um apartamento onde morei por cerca de dez anos sem ter conhecido sequer o nome de meus vizinhos (com pouquíssimas exceções), apesar de eles serem tantos.
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Onde estou hoje todos se relacionam. Tenho amigos aqui. Não somente no condomínio onde moro, mas também fora dele, na vizinhança, onde posso encontrar casas ainda com características do tempo da colonização e onde não são poucos os moradores que ali vivem há mais de cinqüenta, sessenta anos.
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Aqui, moro sozinha sem ser solitária...
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Enfim... Saí de um apartamento onde morei por cerca de dez anos sem ter conhecido sequer o nome de meus vizinhos (com pouquíssimas exceções), apesar de eles serem tantos.
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Onde estou hoje todos se relacionam. Tenho amigos aqui. Não somente no condomínio onde moro, mas também fora dele, na vizinhança, onde posso encontrar casas ainda com características do tempo da colonização e onde não são poucos os moradores que ali vivem há mais de cinqüenta, sessenta anos.
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Aqui, moro sozinha sem ser solitária...
Quando doente, vizinhos médicos vêm me visitar e as vizinhas me trazem os remédios que vão buscar na farmácia... Algum movimento estranho ou barulho inesperado em meu apartamento e logo recebo alguma ligação pra saber se está tudo bem... Mulheres trocam receitas e se, por descuido, falta farinha, é só emprestar uma xícara na casa da vizinha... No dia 31 de outubro, crianças batem à nossa porta vestidas de bruxinhas e dizendo: "Travessuras ou gostosuras?".... Temos jogo de baralho semanalmente, churrasquinhos, festas de aniversário... comemorações no final de ano...
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Fico feliz ao ver que meninas e meninos que aqui nasceram e foram criados, agora já estão tendo seus próprios filhos que, também, sempre estão por ali, na pracinha, pra todos poderem ver, participando de seu desenvolvimento...
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Indispensáveis para confirmar as características humanas do lugar, são as desavenças... Nada sério... Há respeito por cada uma e todas as personalidades...
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Devo confessar que, antes de vir morar neste condomínio, há pouco mais de dois anos, morei em outro lugar... uma mansão, também aqui no “Alto da XV”. Enorme... com piscina, churrasqueiras, cancha de paddle... e muros altos. Morei nesta casa por cerca de 8 anos. Lá... nunca havia conseguido perceber direito o bairro. Vivia fechada, enclausurada dentro das muralhas... Nem na ciclovia eu jamais havia tido o hábito de caminhar...
.
Depois da mudança para o condomínio, o “Alto da XV” passou a ser a minha paixão... e o condomínio onde moro, e que eu considero simplesmente irresistível, o responsável por toda esta transformação!!!
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Eu, mesmo antes de sequer pensar a vir morar aqui, já conhecia o “Moradas Pablo Picasso”... Até mesmo minha filha (hoje jornalista, também formada pela UFP), quando ainda pequena, já tinha me chamado a atenção para ele: “Pare, mãe... dê a ré! Veja que legal aquele conjunto!!! Deve ser muito “massa” viver ali!!!”...
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Quando vou explicar para conhecidos onde moro, muitos já dizem: “Ah, sei, aquele conjuntinho amarelo!!! Sei , sim...”
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Tenho certeza que muitos daqueles que estão lendo o meu texto, e já passaram pela “Rua Fernando Amaro” (que eu sempre considerei a rua mais bonita da cidade), entre a “Rua Atílio Bório” e a “Rua Schiller”, sabem do que é que eu estou falando...
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Anexo, fotos do condomínio “Moradas Pablo Picasso”...
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Trata-se de um condomínio desenvolvido ao longo de uma pracinha central de acesso, com muita vegetação, banquinhos e luminárias, para onde convergem todos os apartamentos térreos (e duplex) de um lado e do outro. Cada apartamento tem sua áreazinha privativa aos fundos. A garagem fica no subsolo, isolando a circulação dos automóveis. Crianças brincam pela pracinha e os adultos ali se encontram para uma cervejinha ou chimarrão. Ou simplesmente pra bater papo, trocar idéias... É muito calor humano!!! Tudo de que precisamos nestes tempos tão difíceis.
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Não se trata de um apartamento tipo prédio... um apartamento encima do outro!!! Não é isso que se busca quando optamos por um ambiente mais humano, com maior contato com o solo, a terra. A circulação de veículos fica isolada lá fora, então, a solução encontrada para o condomínio possibilita o contato (quando desejado) e o isolamento (quando este se faz necessário) entre as pessoas!!!
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Semanalmente batem pessoas à nossa porta perguntando se não existem apartamentos para vender ou alugar. Mas... nunca existem unidades disponíveis. Quem aqui mora nunca vai querer sair...
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Todos aqueles que passam pela rua vêm a solução como admirável...
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Todos os que visitam meu apartamento querem ver tudo... saber como a moradia funciona: “Mas que legal... Esta pracinha é uma festa!!! E teu apartamento é tão pequeno (tem somente dois quartos, sem suíte) e estreitinho (são somente 2,70 metros de largura, por dentro das paredes)... como pode ser tão confortável e lindo?!?! E os carros... chegam direto na porta do apartamento, por baixo da pracinha!!! Muito inteligente!!! Nunca tinha visto nada igual!
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E, devo dizer... a construção é bem simples... relativamente mal acabada, até. Nenhuma sofisticação.
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Temos problemas com enchentes, ainda, pois o conjunto fica em uma baixada (exatamente entre o primeiro e o segundo dos “Alto(s) da XV”), encima de um rio canalizado. Moradores já perderam seus móveis e eletrodomésticos, aqui... Já tivemos problemas com nossos carros... Até mesmo, já foi perdido um veículo com problemas de enchente. Já tive que entrar em casa com água cobrindo minhas pernas até bem acima dos joelhos, quando tive o gostinho de me sentir uma moradora de invasão ribeirinha...
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Mas ninguém sai daqui. Ora... a enchente é eventual!!! A felicidade é contínua!!!
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Ah, ainda... há que se destacar a segurança do imóvel, como um todo. Nos seus vinte e poucos anos de existência, nunca houve sequer um único arrombamento, roubo, furto, assalto ou qualquer coisa que o valha. Nem um único sequer. Costumo deixar o carro destrancado na garagem... Quando vou sair ali por perto, visitar uma vizinha, nunca chaveio a porta principal. As janelas... passam escancaradas a noite toda, pois esqueço de encostá-las. Nunca as tranco. Aliás, as janelas não têm trancas, nem grades. Somente um trinquinho, que abre facilmente por fora (ainda bem, pois eu freqüentemente esqueço as chaves das portas – a da garagem tranca por dentro – no interior do apartamento).
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Fico feliz ao ver que meninas e meninos que aqui nasceram e foram criados, agora já estão tendo seus próprios filhos que, também, sempre estão por ali, na pracinha, pra todos poderem ver, participando de seu desenvolvimento...
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Indispensáveis para confirmar as características humanas do lugar, são as desavenças... Nada sério... Há respeito por cada uma e todas as personalidades...
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Devo confessar que, antes de vir morar neste condomínio, há pouco mais de dois anos, morei em outro lugar... uma mansão, também aqui no “Alto da XV”. Enorme... com piscina, churrasqueiras, cancha de paddle... e muros altos. Morei nesta casa por cerca de 8 anos. Lá... nunca havia conseguido perceber direito o bairro. Vivia fechada, enclausurada dentro das muralhas... Nem na ciclovia eu jamais havia tido o hábito de caminhar...
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Depois da mudança para o condomínio, o “Alto da XV” passou a ser a minha paixão... e o condomínio onde moro, e que eu considero simplesmente irresistível, o responsável por toda esta transformação!!!
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Eu, mesmo antes de sequer pensar a vir morar aqui, já conhecia o “Moradas Pablo Picasso”... Até mesmo minha filha (hoje jornalista, também formada pela UFP), quando ainda pequena, já tinha me chamado a atenção para ele: “Pare, mãe... dê a ré! Veja que legal aquele conjunto!!! Deve ser muito “massa” viver ali!!!”...
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Quando vou explicar para conhecidos onde moro, muitos já dizem: “Ah, sei, aquele conjuntinho amarelo!!! Sei , sim...”
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Tenho certeza que muitos daqueles que estão lendo o meu texto, e já passaram pela “Rua Fernando Amaro” (que eu sempre considerei a rua mais bonita da cidade), entre a “Rua Atílio Bório” e a “Rua Schiller”, sabem do que é que eu estou falando...
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Anexo, fotos do condomínio “Moradas Pablo Picasso”...
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Trata-se de um condomínio desenvolvido ao longo de uma pracinha central de acesso, com muita vegetação, banquinhos e luminárias, para onde convergem todos os apartamentos térreos (e duplex) de um lado e do outro. Cada apartamento tem sua áreazinha privativa aos fundos. A garagem fica no subsolo, isolando a circulação dos automóveis. Crianças brincam pela pracinha e os adultos ali se encontram para uma cervejinha ou chimarrão. Ou simplesmente pra bater papo, trocar idéias... É muito calor humano!!! Tudo de que precisamos nestes tempos tão difíceis.
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Não se trata de um apartamento tipo prédio... um apartamento encima do outro!!! Não é isso que se busca quando optamos por um ambiente mais humano, com maior contato com o solo, a terra. A circulação de veículos fica isolada lá fora, então, a solução encontrada para o condomínio possibilita o contato (quando desejado) e o isolamento (quando este se faz necessário) entre as pessoas!!!
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Semanalmente batem pessoas à nossa porta perguntando se não existem apartamentos para vender ou alugar. Mas... nunca existem unidades disponíveis. Quem aqui mora nunca vai querer sair...
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Todos aqueles que passam pela rua vêm a solução como admirável...
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Todos os que visitam meu apartamento querem ver tudo... saber como a moradia funciona: “Mas que legal... Esta pracinha é uma festa!!! E teu apartamento é tão pequeno (tem somente dois quartos, sem suíte) e estreitinho (são somente 2,70 metros de largura, por dentro das paredes)... como pode ser tão confortável e lindo?!?! E os carros... chegam direto na porta do apartamento, por baixo da pracinha!!! Muito inteligente!!! Nunca tinha visto nada igual!
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E, devo dizer... a construção é bem simples... relativamente mal acabada, até. Nenhuma sofisticação.
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Temos problemas com enchentes, ainda, pois o conjunto fica em uma baixada (exatamente entre o primeiro e o segundo dos “Alto(s) da XV”), encima de um rio canalizado. Moradores já perderam seus móveis e eletrodomésticos, aqui... Já tivemos problemas com nossos carros... Até mesmo, já foi perdido um veículo com problemas de enchente. Já tive que entrar em casa com água cobrindo minhas pernas até bem acima dos joelhos, quando tive o gostinho de me sentir uma moradora de invasão ribeirinha...
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Mas ninguém sai daqui. Ora... a enchente é eventual!!! A felicidade é contínua!!!
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Ah, ainda... há que se destacar a segurança do imóvel, como um todo. Nos seus vinte e poucos anos de existência, nunca houve sequer um único arrombamento, roubo, furto, assalto ou qualquer coisa que o valha. Nem um único sequer. Costumo deixar o carro destrancado na garagem... Quando vou sair ali por perto, visitar uma vizinha, nunca chaveio a porta principal. As janelas... passam escancaradas a noite toda, pois esqueço de encostá-las. Nunca as tranco. Aliás, as janelas não têm trancas, nem grades. Somente um trinquinho, que abre facilmente por fora (ainda bem, pois eu freqüentemente esqueço as chaves das portas – a da garagem tranca por dentro – no interior do apartamento).
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Em uma determinada ocasião, ilustrando, quando esqueci a panela de pressão ligada e fui trabalhar, telefonei, horas depois, desesperada, pois, me encontrava longe, pra uma vizinha: “Por favor, pule a janela do meu apartamento e desligue o meu fogão!!!...". É... acabei com a panela e com o feijão, e quase coloquei fogo no condomínio... não fosse a presteza do síndico (e as características do imóvel).
.Em uma determinada ocasião, ilustrando, quando esqueci a panela de pressão ligada e fui trabalhar, telefonei, horas depois, desesperada, pois, me encontrava longe, pra uma vizinha: “Por favor, pule a janela do meu apartamento e desligue o meu fogão!!!...". É... acabei com a panela e com o feijão, e quase coloquei fogo no condomínio... não fosse a presteza do síndico (e as características do imóvel).
Enfim... nunca tivemos qualquer problema.
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E considere-se que estamos no Alto da XV, onde a criminalidade tem crescido assustadoramente nos últimos tempos...
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E considere-se que estamos no Alto da XV, onde a criminalidade tem crescido assustadoramente nos últimos tempos...
É um imóvel com todas as vantagens de uma residência térrea e com todas as vantagens de um apartamento alto. E nenhuma desvantagem.
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“Parabéns aos arquitetos Zenon Segundo de Braga Pesch e Ricardo José Machado Pereira... Vocês atingiram o objetivo que todos nós, arquitetos, sempre almejamos: fazer pessoas felizes vivendo nos imóveis que projetamos!!!”
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Quando meu apartamento no “Champagnat” desocupou há alguns meses, cheguei a pensar em voltar a morar nele. Ao chegar lá perto e depois, ao adentrar o imóvel, percebi, no entanto, que não mais poderia ser feliz ali. Cheguei a me sentir enjoada... Desisti. Não conseguiria mais viver naquela “Selva de Pedra”.
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E.T.: Lembro de que, ao assistir ao filme “The Wall”, do “Pink Floyd”, ainda jovem, em uma cena em que aparecem muros e mais muros, contínuos e em perspectiva, como que dançando na tela, perdendo-se a noção de escala, não pude deixar de me lembrar do nosso “Setor Estrutural”... Mas, confesso, que esta é uma “figura” que não mais me aflige... Acho que me acostumei!!!
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E.T.: Lembro de que, ao assistir ao filme “The Wall”, do “Pink Floyd”, ainda jovem, em uma cena em que aparecem muros e mais muros, contínuos e em perspectiva, como que dançando na tela, perdendo-se a noção de escala, não pude deixar de me lembrar do nosso “Setor Estrutural”... Mas, confesso, que esta é uma “figura” que não mais me aflige... Acho que me acostumei!!!
Então... coloquei o apartamento a venda com a intenção de comprar um terreno e construir algo parecido com o condomínio “Pablo Picasso”.
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Fiz, na seqüência, estudo para um terreno de ZR-3 que submeti ao “Plantão Técnico” da “Secretaria de Urbanismo” da “Prefeitura Municipal de Curitiba” pra confirmar se os parâmetros estavam de acordo com a nova legislação, pois o condomínio onde moro (e que usei como protótipo) possui características diferenciadas daqueles que vêm sendo construídos por aí, hoje em dia, e o seu projeto é de cerca de 20 anos atrás, aprovado, portanto, ainda dentro da lei antiga.
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O plantonista disse, inicialmente, nunca ter visto uma solução como aquela... Retirou-se de sua mesa indo conversar com outros técnicos, acredito... E ao voltar...: “Sim, é perfeitamente viável... trata-se de uma “habitação coletiva”, compatível com uma ZR-3, portanto...”.
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Lembro de o plantonista ter dito que a proposta era diferente, nova... mas totalmente “de acordo”, legal. O único “senão” colocado por ele foi quanto à rampa de acesso dos deficientes... “Não se esqueça: você precisará prever a rampa, conforme exigência do novo Decreto”. Mas, ele mesmo já me foi dando a solução para o problema: “pode ser no recuo”... E eu não poderia esquecer, também, da taxa de permeabilidade e das novas questões quanto ao reaproveitamento da água de chuva... estas coisas...
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Fiquei muito feliz com as novas exigências da Prefeitura (não as conhecia, ainda, pois, como já disse, não atuo no município como profissional, apesar de estar sempre atenta)... Enfim... com esta “coisa” de taxa de permeabilidade e reaproveitamento de águas de chuva, talvez em Curitiba nunca chegue a acontecer o que acontece em São Paulo, por exemplo...
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“Curitiba... Sempre à frente!!!”, exaltava-se o meu orgulho curitiboca!!!
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Fiz, na seqüência, estudo para um terreno de ZR-3 que submeti ao “Plantão Técnico” da “Secretaria de Urbanismo” da “Prefeitura Municipal de Curitiba” pra confirmar se os parâmetros estavam de acordo com a nova legislação, pois o condomínio onde moro (e que usei como protótipo) possui características diferenciadas daqueles que vêm sendo construídos por aí, hoje em dia, e o seu projeto é de cerca de 20 anos atrás, aprovado, portanto, ainda dentro da lei antiga.
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O plantonista disse, inicialmente, nunca ter visto uma solução como aquela... Retirou-se de sua mesa indo conversar com outros técnicos, acredito... E ao voltar...: “Sim, é perfeitamente viável... trata-se de uma “habitação coletiva”, compatível com uma ZR-3, portanto...”.
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Lembro de o plantonista ter dito que a proposta era diferente, nova... mas totalmente “de acordo”, legal. O único “senão” colocado por ele foi quanto à rampa de acesso dos deficientes... “Não se esqueça: você precisará prever a rampa, conforme exigência do novo Decreto”. Mas, ele mesmo já me foi dando a solução para o problema: “pode ser no recuo”... E eu não poderia esquecer, também, da taxa de permeabilidade e das novas questões quanto ao reaproveitamento da água de chuva... estas coisas...
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Fiquei muito feliz com as novas exigências da Prefeitura (não as conhecia, ainda, pois, como já disse, não atuo no município como profissional, apesar de estar sempre atenta)... Enfim... com esta “coisa” de taxa de permeabilidade e reaproveitamento de águas de chuva, talvez em Curitiba nunca chegue a acontecer o que acontece em São Paulo, por exemplo...
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“Curitiba... Sempre à frente!!!”, exaltava-se o meu orgulho curitiboca!!!
Foi assim, com a informação do “Departamento de Urbanismo” da “Prefeitura Municipal de Curitiba”, que fui à cata do meu terreno.
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Antes de ter estado no referido Departamento, pensava: “Por que é que não se fazem mais condomínios como aquele onde eu moro? É a lei, ou somos nós, os arquitetos, os responsáveis pela quase inexistência deste tipo de solução??? Numa ZR-2... entendo: cada unidade tem que possuir o seu terreninho... Mas numa ZR-3? Onde dá pra construir prédios (e vale o raciocínio da “fração ideal”)?
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Bem... quando estive no “Departamento de Urbanismo”, descobri que era uma questão de dar início ao processo... logo estaríamos cheios de condomínios de apartamentos térreos duplex, como aquele onde moro!!! E uma quantidade muito maior de pessoas poderia se sentir felizes como nós, no nosso “Pablo Picasso”...
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Paralelamente, a toda esta história, chamava-me a atenção a quantidade de sobradinhos que vêm sendo construídos no Alto da XV. E em muitas outras ZRs-2 e 3, também... como era de se esperar.
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Olhando para estes sobradinhos, sempre, me sentia incomodada... “Não sei... é a proporção... desconfiava... a proporção é que não é legal, eu acho... Cada sobradinho parece um “bolo de noiva”, eu concluía: muito mais alto que os bolos normais...”.
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É isso!!!: os sub-lotes são estreitos (6 metros ou pouco mais) e muitas vezes curtos, pra dar maior aproveitamento ao terreno. Daí... faz-se “social” e “serviço” no pavimento térreo e “íntimo” no pavimento superior. E ainda aproveita-se o ático (invariavelmente com a sua mansardazinha) para mais uma salinha(???). Em muitas soluções, ainda, se colocam os veículos no subsolo.
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Antes de ter estado no referido Departamento, pensava: “Por que é que não se fazem mais condomínios como aquele onde eu moro? É a lei, ou somos nós, os arquitetos, os responsáveis pela quase inexistência deste tipo de solução??? Numa ZR-2... entendo: cada unidade tem que possuir o seu terreninho... Mas numa ZR-3? Onde dá pra construir prédios (e vale o raciocínio da “fração ideal”)?
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Bem... quando estive no “Departamento de Urbanismo”, descobri que era uma questão de dar início ao processo... logo estaríamos cheios de condomínios de apartamentos térreos duplex, como aquele onde moro!!! E uma quantidade muito maior de pessoas poderia se sentir felizes como nós, no nosso “Pablo Picasso”...
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Paralelamente, a toda esta história, chamava-me a atenção a quantidade de sobradinhos que vêm sendo construídos no Alto da XV. E em muitas outras ZRs-2 e 3, também... como era de se esperar.
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Olhando para estes sobradinhos, sempre, me sentia incomodada... “Não sei... é a proporção... desconfiava... a proporção é que não é legal, eu acho... Cada sobradinho parece um “bolo de noiva”, eu concluía: muito mais alto que os bolos normais...”.
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É isso!!!: os sub-lotes são estreitos (6 metros ou pouco mais) e muitas vezes curtos, pra dar maior aproveitamento ao terreno. Daí... faz-se “social” e “serviço” no pavimento térreo e “íntimo” no pavimento superior. E ainda aproveita-se o ático (invariavelmente com a sua mansardazinha) para mais uma salinha(???). Em muitas soluções, ainda, se colocam os veículos no subsolo.
Claro... ficam... um, dois, três e até quatro pavimentos (mais de 10 metros de altura, sem considerar o telhado), encima de um terreno com 6 metros de largura... Tem que ficar com uma proporção estranha... Adequada, correta, legal (no sentido jurídico da palavra), mas... estranha!!!
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E, além disso... a maioria destes conjuntos são muito amontoados... Em muitos não há área de convívio... E somente um terreninho privativo atrás e outro na frente... Quase nada!!!
.E, além disso... a maioria destes conjuntos são muito amontoados... Em muitos não há área de convívio... E somente um terreninho privativo atrás e outro na frente... Quase nada!!!
E, quando a área de convívio existe, ela está lá longe, isolada... Você tem que ir lá... pra conviver!!! Acaba sendo somente uma área de recreação, quando muito... coisa de criança... que tem tempo pra isso... (e não possui outra opção).
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Ainda... há aqueles conjuntos onde existem um ou dois sobrados na frente com um acesso de veículos e pedestres na lateral para muitos outros sobrados nos fundos... Um pardieiro... Não... não gosto!!! Não estou segura se conseguiria projetar um condomínio assim, como profissional. Tenho certeza de que não conseguiria morar num lugar assim, como ser humano. Não... definitivamente, não quero morar assim!!!
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Isso tudo sem falar, claro, da arquitetura... Em Curitiba, as construções todas parecem como que uniformizadas... vestidas da "lei"!!!
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Só de passagem... acredito que todo urbanista deveria ler “Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída...”... pra deixar de ser tão técnico, racional e passar a considerar a hipótese de ser mais humano...
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Só de passagem... acredito que todo urbanista deveria ler “Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída...”... pra deixar de ser tão técnico, racional e passar a considerar a hipótese de ser mais humano...
Então... Finalmente, depois de dois meses de muita batalha, eu encontrei e comprei o terreno de ZR-3 para construir a minha “habitação coletiva” com a qual eu tanto sonhava...
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E o terreno era no “Alto da XV”!!! Numa ruazinha como aquelas que eu imaginava, cheia de árvores e casinhas típicas da região. Uma rua com a qual eu tenho ligação desde a infância, pois meus tios-avós moravam ali desde que eu nasci. Ainda, hoje, na rua, moram alguns de meus primos... Uma ruazinha ainda intacta... sem um único conjuntinho de sobradinhos e sem nenhum único predinho. A rua é a “Coronel Assumpção”, que, de tão pequena, poucas pessoas conhecem. Pra localizá-la, preciso explicar que é a rua paralela de baixo da “Rodrigo Otávio”, entre a “Dias da Rocha Filho” e a “Itupava” (duas quadras de extensão, somente, portanto...)...
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Imediatamente, quando achei o terreno, e defini o estudo, vizinhos meus que também moram “de aluguel” e que jamais pensaram em sair do nosso condomínio (moram ali há quatorze anos), já se candidataram: “Se for algo parecido com o condomínio onde moramos, e, ainda por cima, no "Alto da XV", nós também queremos... Vamos já começar a batalhar a grana!!!”
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Muito antes de ter encontrado este terreno, encontrei outro, também no Alto da XV. Mas o “tal” terreno estava em inventário... eu precisaria aguardar. E, ainda, ali, na “Atílio Bório”, o estudo é compatível com prédio de apartamentos... O terreno se localiza quase na esquina com a “Itupava”, com um prédio já antigo ao lado. Claro... Não cabe o condomínio que eu queria ali, pois este terreno da “Atílio Bório”, que tem características até mesmo comerciais, pede um prédio de pavimentos... Fiz um estudo para prédio de apartamentos sobrepostos e o projeto ficou ótimo.
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Como estava com dois estudos na mão, um para a “Coronel Assumpção” e outro para a ”Atílio”, e a estas alturas já havia mais interessados na sociedade para a construção do condomínio do que o número de unidades disponíveis, levei os dois estudos para serem analisados pela “Secretaria”. Não tinha dúvidas quanto a poder construir o condomínio. Qualquer dúvida que pudesse ter existido eu já tinha dirimido em outra ocasião. Mas... estava para envolver outras pessoas na compra do terreno da “Atílio Bório”, não queria me arriscar... Aproveitava e já via se precisaria reavaliar alguma outra coisa no meu estudo para a “Coronel Assumpção” (nunca, o conceito do empreendimento, claro!!!)
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Para minha surpresa, no entanto, segundo o plantonista, o prédio da “Atílio” poderia ser aprovado, mas o condomínio da “Coronel”, não!!!
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“Mas por quê? O condomínio é muito menos agressivo que o prédio!!! Respeita todos os parâmetros de “Uso do Solo” além de respeitar todas as determinações do “Código de Obras”: taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento, afastamentos de divisas, altura, rampas de acesso de veículos e deficientes, permeabilidade, depósito para lixo de fácil acesso, dimensionamento dos ambientes, acessos e vagas de garagem (além do dimensionamento do hall principal e da circulação comum), ventilação, tudo... Tudo está respeitado.”
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Mas, segundo o plantonista: “Não é uma unidade residencial encima da outra, e é isso que conta...”.
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Fiquei muda... pasma!!!
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Já em casa, fiquei lembrando aqueles espetaculares condomínios de apartamentos térreos que eu havia visto em “Punta de Leste”, quando ainda recém casada, e que sempre tinha tido vontade de construir algo parecido. Então... Em Curitiba, isto seria impossível!.
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“É... deve ser porque aquele é um país muito menos desenvolvido que o nosso, e, portanto, sem tanta lei para limitar a criatividade dos seus arquitetos!”.
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Inconformada, tentei contato com o Sr. “Secretário de Urbanismo” para expor minhas idéias, tendo sido recebida por uma sua assessora.
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Foi esta assessora quem, de cara, já disse que meu estudo era de “residências em série”.
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Tentei expor meu ponto de vista, dizendo que não poderiam ser “residências em série”, pois seria usado, como legalmente adequado a uma ZR-3, o critério de “fração ideal”, já que não havia terreno definido, como se faz necessário para “residências em série”!!! “No meu entendimento, trata-se de apartamentos térreos duplex. Como é, também, o entendimento de outros técnicos de seu Departamento”, expliquei...
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Aliás, foi este entendimento, o de outros técnicos do “Departamento de Urbanismo”, que me fizeram ir atrás de um terreno de ZR-3... e adquirí-lo.
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Mostrei, então, à assessora, fotografias do condomínio onde moro, já explicando que era um condomínio aprovado ainda quando da antiga lei... Ela retirou-se e voltou, em seguida, com a informação: “O condomínio onde você mora foi aprovado como “conjunto habitacional”, não como “habitação coletiva”. O fato de ter sido aprovado ainda quando da antiga lei parecia não ter importância... Não entendi direito onde ela queria chegar e, então, ela explicou: “São mais de vinte unidades, portanto, trata-se de um conjunto habitacional.”.
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Mas... permanece a questão... não entendo... Ou será que para mais de vinte unidades a solução é possível e para quatro, como no caso de meu estudo, não? Não entendi!!! Não há lógica!!!
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Mostrei fotografias, na seqüência, de outro empreendimento, este no Bigorrilho (Rua General Aristides Athaíde), uma outra ZR-3, portanto. Este empreendimento, recém construído, possui solução igual àquela que pretendo, e não possui vinte unidades... (são quatorze, se não me engano; certamente, são menos de vinte unidades).
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Aliás, antes mesmo de ter comprado o terreno na “Coronel Assumpção”, já havia visitado este condomínio, que está a venda, portanto aberto a visitação, somente para me assegurar da correção dos meus conceitos... “É... o projeto não está bem resolvido... mas o conceito é exatamente aquele que o técnico do “Departamento de Urbanismo” havia dito ser legalmente possível... Confirmado!!!” havia concluído na ocasião.
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A assessora do Sr. Secretário já conhecia o “tal” condomínio. Pareceu-me ser um caso muito conhecido na Prefeitura, pois ela já sabia a sua localização e já disse, de imediato, que a obra em questão tinha problemas de regularização. Ela disse que o referido condomínio não estava regular por problemas com o muro ou com a altura, algo assim. (analisando... acho que o conjunto deve ter problema com o muro frontal que é muito mais alto que o permitido).
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O importante é que não há problemas conceituais na obra. E é o conceito o que interessa pra mim... O conceito é o mesmo que pretendo...
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Enfim... “eu tenho certeza que a minha solução é muito melhor, para o município, para os vizinhos e para os futuros moradores do que tudo que a Prefeitura me permitiria sem a necessidade de qualquer consulta”, argumentava...
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Tenho certeza, ainda, de que, se construído, o condomínio servirá de modelo a muitos outros futuros condomínios (de ZR-3), o quê, como curitibana convicta e fervorosa que sou (além de profissional empenhada), lavará a minha alma... pois tenho certeza de que haverá muitos outros curitibanos (e adotados) felizes como nós, do “Moradas Pablo Picasso”... ...
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Depois de muita argumentação, a assessora, finalmente, me disse que, como arquiteta e urbanista, concorda que a minha solução é muito boa, mas, como funcionária da Prefeitura, o que ela pode fazer é acompanhar o processo, pois eu deveria entrar no “Conselho” para que se faça uma análise de meu pedido.
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Quanto ao parecer, contrário ao dela, de outros técnicos do mesmo Departamento, ela argumentou: “Que bom!!! Assim a tua idéia vai ter mais força no “Conselho”.”.
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Então... eu fui escrever... e acabou saindo este texto...
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Bem... gostaria de expressar meu dissabor por receber informações desencontradas de um mesmo departamento. É o mínimo...
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Mas aquilo que gostaria, mesmo, é que o "Departamento de Urbanismo" tomasse providencias nesse sentido... Quem sabe fechar o “Plantão Técnico” já que as informações que lá recebemos não têm força ou valor.
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Ainda... não gostaria de ter que construir nem um prédio de apartamentos nem um conjunto de sobradinhos (três residências no mesmo lote) no local, coisa que como empresária inescrupulosa, certamente faria de olhos fechados... Não sem antes esgotar todos os recursos... Não gostaria de agredir a cidade!!! Não gostaria de ser eu a prejudicar a rua e seus moradores.
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Mas, certamente, haverá quem não tenha as mesmas preocupações...
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Anexo, fotos da rua em questão para sua análise...
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Anexo, também, o estudo que elaborei para o condomínio.
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Analisando o meu estudo, verifica-se que, levando em conta o entorno, preocupei-me em dar cara de residência para o condomínio. Esta opção pode ter prejudicado ainda mais a sua análise, pois, de relance, o projeto realmente tem caráter de casa. É intencional!!! Quem sabe... se eu houvesse optado por adotar um caráter de prédio ao meu empreendimento (colocando platibandas, e concreto por exemplo, e não telhado de barro, tijolinho a vista, madeira, e etc...)... É... quem sabe se o caráter fosse outro, teria logrado êxito imediato.
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Mas... não... Minha preocupação foi além... Eu cheguei a colocar uma “bay-window” na frente da primeira unidade do condomínio, somente para me reportar à casa que teria que demolir do local e que possui esta solução. Imaginei telhado de telhas cerâmicas idênticas às da casa hoje existente, e, inclusive, com os seus mesmos detalhes de lambrequim, somente em prol da memória...
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Minha intenção era demolir a casa de madeira existente no local e remontá-la em um terreno que possuo em Piraquara e que cheguei a ir ver onde era, pela primeira vez na vida, apesar de ter recebido o terreno em doação, de meu avô, quando ainda era menina. Mas eu não teria coragem de demolir uma casa como aquela e transformar a sua madeira em lenha (ou em forma para a obra)...
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E o terreno era no “Alto da XV”!!! Numa ruazinha como aquelas que eu imaginava, cheia de árvores e casinhas típicas da região. Uma rua com a qual eu tenho ligação desde a infância, pois meus tios-avós moravam ali desde que eu nasci. Ainda, hoje, na rua, moram alguns de meus primos... Uma ruazinha ainda intacta... sem um único conjuntinho de sobradinhos e sem nenhum único predinho. A rua é a “Coronel Assumpção”, que, de tão pequena, poucas pessoas conhecem. Pra localizá-la, preciso explicar que é a rua paralela de baixo da “Rodrigo Otávio”, entre a “Dias da Rocha Filho” e a “Itupava” (duas quadras de extensão, somente, portanto...)...
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Imediatamente, quando achei o terreno, e defini o estudo, vizinhos meus que também moram “de aluguel” e que jamais pensaram em sair do nosso condomínio (moram ali há quatorze anos), já se candidataram: “Se for algo parecido com o condomínio onde moramos, e, ainda por cima, no "Alto da XV", nós também queremos... Vamos já começar a batalhar a grana!!!”
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Muito antes de ter encontrado este terreno, encontrei outro, também no Alto da XV. Mas o “tal” terreno estava em inventário... eu precisaria aguardar. E, ainda, ali, na “Atílio Bório”, o estudo é compatível com prédio de apartamentos... O terreno se localiza quase na esquina com a “Itupava”, com um prédio já antigo ao lado. Claro... Não cabe o condomínio que eu queria ali, pois este terreno da “Atílio Bório”, que tem características até mesmo comerciais, pede um prédio de pavimentos... Fiz um estudo para prédio de apartamentos sobrepostos e o projeto ficou ótimo.
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Como estava com dois estudos na mão, um para a “Coronel Assumpção” e outro para a ”Atílio”, e a estas alturas já havia mais interessados na sociedade para a construção do condomínio do que o número de unidades disponíveis, levei os dois estudos para serem analisados pela “Secretaria”. Não tinha dúvidas quanto a poder construir o condomínio. Qualquer dúvida que pudesse ter existido eu já tinha dirimido em outra ocasião. Mas... estava para envolver outras pessoas na compra do terreno da “Atílio Bório”, não queria me arriscar... Aproveitava e já via se precisaria reavaliar alguma outra coisa no meu estudo para a “Coronel Assumpção” (nunca, o conceito do empreendimento, claro!!!)
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Para minha surpresa, no entanto, segundo o plantonista, o prédio da “Atílio” poderia ser aprovado, mas o condomínio da “Coronel”, não!!!
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“Mas por quê? O condomínio é muito menos agressivo que o prédio!!! Respeita todos os parâmetros de “Uso do Solo” além de respeitar todas as determinações do “Código de Obras”: taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento, afastamentos de divisas, altura, rampas de acesso de veículos e deficientes, permeabilidade, depósito para lixo de fácil acesso, dimensionamento dos ambientes, acessos e vagas de garagem (além do dimensionamento do hall principal e da circulação comum), ventilação, tudo... Tudo está respeitado.”
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Mas, segundo o plantonista: “Não é uma unidade residencial encima da outra, e é isso que conta...”.
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Fiquei muda... pasma!!!
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Já em casa, fiquei lembrando aqueles espetaculares condomínios de apartamentos térreos que eu havia visto em “Punta de Leste”, quando ainda recém casada, e que sempre tinha tido vontade de construir algo parecido. Então... Em Curitiba, isto seria impossível!.
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“É... deve ser porque aquele é um país muito menos desenvolvido que o nosso, e, portanto, sem tanta lei para limitar a criatividade dos seus arquitetos!”.
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Inconformada, tentei contato com o Sr. “Secretário de Urbanismo” para expor minhas idéias, tendo sido recebida por uma sua assessora.
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Foi esta assessora quem, de cara, já disse que meu estudo era de “residências em série”.
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Tentei expor meu ponto de vista, dizendo que não poderiam ser “residências em série”, pois seria usado, como legalmente adequado a uma ZR-3, o critério de “fração ideal”, já que não havia terreno definido, como se faz necessário para “residências em série”!!! “No meu entendimento, trata-se de apartamentos térreos duplex. Como é, também, o entendimento de outros técnicos de seu Departamento”, expliquei...
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Aliás, foi este entendimento, o de outros técnicos do “Departamento de Urbanismo”, que me fizeram ir atrás de um terreno de ZR-3... e adquirí-lo.
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Mostrei, então, à assessora, fotografias do condomínio onde moro, já explicando que era um condomínio aprovado ainda quando da antiga lei... Ela retirou-se e voltou, em seguida, com a informação: “O condomínio onde você mora foi aprovado como “conjunto habitacional”, não como “habitação coletiva”. O fato de ter sido aprovado ainda quando da antiga lei parecia não ter importância... Não entendi direito onde ela queria chegar e, então, ela explicou: “São mais de vinte unidades, portanto, trata-se de um conjunto habitacional.”.
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Mas... permanece a questão... não entendo... Ou será que para mais de vinte unidades a solução é possível e para quatro, como no caso de meu estudo, não? Não entendi!!! Não há lógica!!!
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Mostrei fotografias, na seqüência, de outro empreendimento, este no Bigorrilho (Rua General Aristides Athaíde), uma outra ZR-3, portanto. Este empreendimento, recém construído, possui solução igual àquela que pretendo, e não possui vinte unidades... (são quatorze, se não me engano; certamente, são menos de vinte unidades).
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Aliás, antes mesmo de ter comprado o terreno na “Coronel Assumpção”, já havia visitado este condomínio, que está a venda, portanto aberto a visitação, somente para me assegurar da correção dos meus conceitos... “É... o projeto não está bem resolvido... mas o conceito é exatamente aquele que o técnico do “Departamento de Urbanismo” havia dito ser legalmente possível... Confirmado!!!” havia concluído na ocasião.
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A assessora do Sr. Secretário já conhecia o “tal” condomínio. Pareceu-me ser um caso muito conhecido na Prefeitura, pois ela já sabia a sua localização e já disse, de imediato, que a obra em questão tinha problemas de regularização. Ela disse que o referido condomínio não estava regular por problemas com o muro ou com a altura, algo assim. (analisando... acho que o conjunto deve ter problema com o muro frontal que é muito mais alto que o permitido).
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O importante é que não há problemas conceituais na obra. E é o conceito o que interessa pra mim... O conceito é o mesmo que pretendo...
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Enfim... “eu tenho certeza que a minha solução é muito melhor, para o município, para os vizinhos e para os futuros moradores do que tudo que a Prefeitura me permitiria sem a necessidade de qualquer consulta”, argumentava...
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Tenho certeza, ainda, de que, se construído, o condomínio servirá de modelo a muitos outros futuros condomínios (de ZR-3), o quê, como curitibana convicta e fervorosa que sou (além de profissional empenhada), lavará a minha alma... pois tenho certeza de que haverá muitos outros curitibanos (e adotados) felizes como nós, do “Moradas Pablo Picasso”... ...
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Depois de muita argumentação, a assessora, finalmente, me disse que, como arquiteta e urbanista, concorda que a minha solução é muito boa, mas, como funcionária da Prefeitura, o que ela pode fazer é acompanhar o processo, pois eu deveria entrar no “Conselho” para que se faça uma análise de meu pedido.
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Quanto ao parecer, contrário ao dela, de outros técnicos do mesmo Departamento, ela argumentou: “Que bom!!! Assim a tua idéia vai ter mais força no “Conselho”.”.
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Então... eu fui escrever... e acabou saindo este texto...
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Bem... gostaria de expressar meu dissabor por receber informações desencontradas de um mesmo departamento. É o mínimo...
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Mas aquilo que gostaria, mesmo, é que o "Departamento de Urbanismo" tomasse providencias nesse sentido... Quem sabe fechar o “Plantão Técnico” já que as informações que lá recebemos não têm força ou valor.
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Ainda... não gostaria de ter que construir nem um prédio de apartamentos nem um conjunto de sobradinhos (três residências no mesmo lote) no local, coisa que como empresária inescrupulosa, certamente faria de olhos fechados... Não sem antes esgotar todos os recursos... Não gostaria de agredir a cidade!!! Não gostaria de ser eu a prejudicar a rua e seus moradores.
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Mas, certamente, haverá quem não tenha as mesmas preocupações...
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Anexo, fotos da rua em questão para sua análise...
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Anexo, também, o estudo que elaborei para o condomínio.
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Analisando o meu estudo, verifica-se que, levando em conta o entorno, preocupei-me em dar cara de residência para o condomínio. Esta opção pode ter prejudicado ainda mais a sua análise, pois, de relance, o projeto realmente tem caráter de casa. É intencional!!! Quem sabe... se eu houvesse optado por adotar um caráter de prédio ao meu empreendimento (colocando platibandas, e concreto por exemplo, e não telhado de barro, tijolinho a vista, madeira, e etc...)... É... quem sabe se o caráter fosse outro, teria logrado êxito imediato.
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Mas... não... Minha preocupação foi além... Eu cheguei a colocar uma “bay-window” na frente da primeira unidade do condomínio, somente para me reportar à casa que teria que demolir do local e que possui esta solução. Imaginei telhado de telhas cerâmicas idênticas às da casa hoje existente, e, inclusive, com os seus mesmos detalhes de lambrequim, somente em prol da memória...
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Minha intenção era demolir a casa de madeira existente no local e remontá-la em um terreno que possuo em Piraquara e que cheguei a ir ver onde era, pela primeira vez na vida, apesar de ter recebido o terreno em doação, de meu avô, quando ainda era menina. Mas eu não teria coragem de demolir uma casa como aquela e transformar a sua madeira em lenha (ou em forma para a obra)...
A casa, só pra se conhecer um pouco de sua história, pertenceu ao Sr. Angelo Marchette que, quando a construiu, cerca de setenta anos atrás, tinha recém chegado de Viccenza, na Itália, fugindo da guerra. Nesta casa ele viveu (até sua morte, há trinta anos) com sua esposa, Virgínia, vinda da Colônia Muricy (ela faleceu há quinze anos), e criou todos os seus filhos sendo que um deles, a Carminha, até hoje ainda lá habita.
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Levaria a casa embora para ser remontada em outro local e deixaria seus detalhes na minha obra nova. Isto tudo, claro, se me fosse permitido pela Prefeitura.
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Ah... a memória... a história... “É preciso respeito por “estas coisas”...
Ou deveria eu considerá-las: ”Bobagens... Sentimentalismos baratos!!!”
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Neste intervalo, quero dizer, esta semana, saiu a solução para o inventário do terreno na “Atílio Bório”. Bem... juntamente com um sócio, apressei-me em comprar o terreno, pois, pelo menos ali, cabe a solução de um prédio de pavimentos e se for esta a opção, prefiro fazê-lo, antes, na “Atílio Bório” do que na “Coronel Assumpção”.
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Levaria a casa embora para ser remontada em outro local e deixaria seus detalhes na minha obra nova. Isto tudo, claro, se me fosse permitido pela Prefeitura.
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Ah... a memória... a história... “É preciso respeito por “estas coisas”...
Ou deveria eu considerá-las: ”Bobagens... Sentimentalismos baratos!!!”
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Neste intervalo, quero dizer, esta semana, saiu a solução para o inventário do terreno na “Atílio Bório”. Bem... juntamente com um sócio, apressei-me em comprar o terreno, pois, pelo menos ali, cabe a solução de um prédio de pavimentos e se for esta a opção, prefiro fazê-lo, antes, na “Atílio Bório” do que na “Coronel Assumpção”.
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Para o terreno da “Coronel Assumpção” há outras soluções, no que diz respeito a mim, se não conseguir contar com o bom senso dos envolvidos.
.Para o terreno da “Coronel Assumpção” há outras soluções, no que diz respeito a mim, se não conseguir contar com o bom senso dos envolvidos.
Nenhuma delas sem prejuízo moral e financeiro...
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Pena... porque, certamente, a cidade perderia muito mais do que eu!!!
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Já analisei e cheguei a desenhar os volumes das opções que o entendimento de alguns técnicos da Prefeitura, aqueles que não concordam com o meu ponto de vista, me dão para o lote:
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(A opção 1 continuará sempre sendo a que eu gostaria, ou seja, 4 apartamentos térreos e duplex, inclusive, porque há técnicos na Prefeitura que apóiam a minha idéia).
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Vamos às demais opções:
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Opção 2:
.Poderia construir um edifício de quatro apartamentos sendo dois apartamentos em cima de outros dois apartamentos, com subsolo e ático.
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Isto tudo com o mesmo coeficiente de aproveitamento, mesma taxa de ocupação, mesma densidade demográfica e mesma altura da solução que eu gostaria de dar para o terreno. Quero dizer: uma edificação com o mesmo volume e população que aquela que eu pretendo para o lote... Mesma área, resumindo... Tudo igual...
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A única diferença é que no meu condomínio eu não projetei ático, coisa que poderia ter feito... pois é solução que muitos empresários adoram por tratar-se de área construída que vem quase de graça e que vende fácil. Não é o caso.
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Pena... porque, certamente, a cidade perderia muito mais do que eu!!!
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Já analisei e cheguei a desenhar os volumes das opções que o entendimento de alguns técnicos da Prefeitura, aqueles que não concordam com o meu ponto de vista, me dão para o lote:
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(A opção 1 continuará sempre sendo a que eu gostaria, ou seja, 4 apartamentos térreos e duplex, inclusive, porque há técnicos na Prefeitura que apóiam a minha idéia).
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Vamos às demais opções:
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Opção 2:
.Poderia construir um edifício de quatro apartamentos sendo dois apartamentos em cima de outros dois apartamentos, com subsolo e ático.
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Isto tudo com o mesmo coeficiente de aproveitamento, mesma taxa de ocupação, mesma densidade demográfica e mesma altura da solução que eu gostaria de dar para o terreno. Quero dizer: uma edificação com o mesmo volume e população que aquela que eu pretendo para o lote... Mesma área, resumindo... Tudo igual...
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A única diferença é que no meu condomínio eu não projetei ático, coisa que poderia ter feito... pois é solução que muitos empresários adoram por tratar-se de área construída que vem quase de graça e que vende fácil. Não é o caso.
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Ao contrário, a solução, criando uma garagem no subsolo totalmente coberta, inclusive com seus acessos cobertos, somente encarece a obra, como um todo. Mas não é o custo que importa... É o conforto!!!
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A solução do prédio com quatro apartamentos sendo dois encima e dois embaixo viabiliza, ainda, o mesmo programa que eu gostaria de viabilizar construindo os 4 apartamentos duplex no térreo. Ou seja: quatro apartamentos com três quartos (sendo um, suíte), banheiro social, sala para dois ambientes, lavabo, cozinha e serviço.
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A diferença de programa entre uma solução e outra é que na minha solução temos:
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. a varanda da frente do apartamento dando para a circulação coletiva/pracinha, possibilitando maior convívio entre os moradores;
.
. a varanda dos fundos dando para a churrasqueira e para um pátio social individual possibilitando maior privacidade; e, ainda,
.
. o pátio de serviço, possibilitando maior conforto para as donas de casa.
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No meu projeto, temos qualidade de vida!!! É a diferença!!!
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No caso do prédio de apartamentos, teríamos que colocar acesso de carros e pedestres apertados por um lado, quase encostando o prédio na divisa do outro lado. Já estudei esta hipótese, rapidamente, e considerei-a, no mínimo, difícil, pois não consegui fechá-la. Poderíamos, também (ou... então), optar por colocar, os acessos, de veículos e de pedestres, um de cada lado do edifício.
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Claro... quaisquer destas soluções inviabilizam a privacidade, tão importante, dos apartamentos do térreo e eliminam o convívio, tão gratificante, dos apartamentos superiores.
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Quaisquer destas soluções impossibilitam o contato dos apartamentos superiores com o solo, dificultando o contato com a terra, também dos apartamentos inferiores.
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Nada de pracinha, varandinhas, pátios social e de serviço... Sem opção de privacidade ou convívio ao ar livre. Somente o bloco de apartamentos fechado, duro, e seus acessos.
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Deveria eu pensar: “Contato com o exterior pra quê? Todos moram em prédios hoje em dia...”.
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Este mesmo volume de empreendimento permite, ainda, a construção de 8 apartamentos de um quarto, quatro por andar. Solução perfeitamente viável que a Prefeitura permite, porém com os mesmos “senões” que eu coloco...
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Resumindo... Minha solução "dá de dez" nesta, tão usual em ZR-3 (e que eu considero a mais razoável, depois da minha) e não prejudica absolutamente ninguém no entorno. Ao contrário... Somente aproxima.
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Opção 3:
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Posso optar também por construir um prédio de seis apartamentos de dois quartos sem suíte e sem lavabo, sendo dois por andar (desde que eu afaste o prédio 2 metros da divisa), o que é perfeitamente viável. No caso eu poderia fazer a garagem no subsolo e ainda poderia fazer um ático no último andar.
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Área total computável igual ao do empreendimento que eu pretendo... nem maior nem menor. Igual. O mesmo coeficiente de aproveitamento: 1. Taxa de ocupação menor, mas... em compensação: altura muito maior!!!
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É solução bem parecida com a que dei para o terreno da “Atílio Bório”, e que tem praticamente as mesmas dimensões (exceção feita ao sub-solo, que eliminei, e ao térreo, para o qual dei ocupação comercial).
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Aliás, solução muito viável... não fosse o entorno.
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Fico olhando pra aquela rua e analisando... “Como é que eu vou construir subsolo, térreo, segundo pavimento, terceiro pavimento e ático aqui, nesta ruazinha linda, sem um único prédio? Cinco pavimentos? Cara... Não!!!” É... mas... a Prefeitura permite!!! “Não... mas... e os vizinhos? Vou ficar olhando, lá, o cara tomando sol nos fundos do seu terreno???” (por coincidência, o terreno da casa ao lado é de um primo meu. Certamente daria briga de família!). E pra piorar, o edifício tiraria o sol da casa do cara que mora do outro lado... Aaaiii, não!!!
.
Bem... É uma solução que a Prefeitura me permite.
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Afinal, Vera (já desvairando): “Você é uma empresária ou uma sentimentalóide. É um homem ou um rato?” (é... melhor: é uma mulher ou uma rata, não é mesmo?).
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A solução do prédio com quatro apartamentos sendo dois encima e dois embaixo viabiliza, ainda, o mesmo programa que eu gostaria de viabilizar construindo os 4 apartamentos duplex no térreo. Ou seja: quatro apartamentos com três quartos (sendo um, suíte), banheiro social, sala para dois ambientes, lavabo, cozinha e serviço.
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A diferença de programa entre uma solução e outra é que na minha solução temos:
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. a varanda da frente do apartamento dando para a circulação coletiva/pracinha, possibilitando maior convívio entre os moradores;
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. a varanda dos fundos dando para a churrasqueira e para um pátio social individual possibilitando maior privacidade; e, ainda,
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. o pátio de serviço, possibilitando maior conforto para as donas de casa.
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No meu projeto, temos qualidade de vida!!! É a diferença!!!
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No caso do prédio de apartamentos, teríamos que colocar acesso de carros e pedestres apertados por um lado, quase encostando o prédio na divisa do outro lado. Já estudei esta hipótese, rapidamente, e considerei-a, no mínimo, difícil, pois não consegui fechá-la. Poderíamos, também (ou... então), optar por colocar, os acessos, de veículos e de pedestres, um de cada lado do edifício.
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Claro... quaisquer destas soluções inviabilizam a privacidade, tão importante, dos apartamentos do térreo e eliminam o convívio, tão gratificante, dos apartamentos superiores.
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Quaisquer destas soluções impossibilitam o contato dos apartamentos superiores com o solo, dificultando o contato com a terra, também dos apartamentos inferiores.
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Nada de pracinha, varandinhas, pátios social e de serviço... Sem opção de privacidade ou convívio ao ar livre. Somente o bloco de apartamentos fechado, duro, e seus acessos.
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Deveria eu pensar: “Contato com o exterior pra quê? Todos moram em prédios hoje em dia...”.
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Este mesmo volume de empreendimento permite, ainda, a construção de 8 apartamentos de um quarto, quatro por andar. Solução perfeitamente viável que a Prefeitura permite, porém com os mesmos “senões” que eu coloco...
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Resumindo... Minha solução "dá de dez" nesta, tão usual em ZR-3 (e que eu considero a mais razoável, depois da minha) e não prejudica absolutamente ninguém no entorno. Ao contrário... Somente aproxima.
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Opção 3:
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Posso optar também por construir um prédio de seis apartamentos de dois quartos sem suíte e sem lavabo, sendo dois por andar (desde que eu afaste o prédio 2 metros da divisa), o que é perfeitamente viável. No caso eu poderia fazer a garagem no subsolo e ainda poderia fazer um ático no último andar.
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Área total computável igual ao do empreendimento que eu pretendo... nem maior nem menor. Igual. O mesmo coeficiente de aproveitamento: 1. Taxa de ocupação menor, mas... em compensação: altura muito maior!!!
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É solução bem parecida com a que dei para o terreno da “Atílio Bório”, e que tem praticamente as mesmas dimensões (exceção feita ao sub-solo, que eliminei, e ao térreo, para o qual dei ocupação comercial).
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Aliás, solução muito viável... não fosse o entorno.
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Fico olhando pra aquela rua e analisando... “Como é que eu vou construir subsolo, térreo, segundo pavimento, terceiro pavimento e ático aqui, nesta ruazinha linda, sem um único prédio? Cinco pavimentos? Cara... Não!!!” É... mas... a Prefeitura permite!!! “Não... mas... e os vizinhos? Vou ficar olhando, lá, o cara tomando sol nos fundos do seu terreno???” (por coincidência, o terreno da casa ao lado é de um primo meu. Certamente daria briga de família!). E pra piorar, o edifício tiraria o sol da casa do cara que mora do outro lado... Aaaiii, não!!!
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Bem... É uma solução que a Prefeitura me permite.
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Afinal, Vera (já desvairando): “Você é uma empresária ou uma sentimentalóide. É um homem ou um rato?” (é... melhor: é uma mulher ou uma rata, não é mesmo?).
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Fico me lembrando de uma situação acontecida logo que me formei...
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Era 1983... Eu havia feito o projeto de um dos primeiros prédios grandes ali da Rua Padre Anchieta, no Champagnat: o Edifício Onix, onde hoje funciona, embaixo, a Caixa Econômica.
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A obra estava na fundação e começou a chover... Quem morava no sul do país, certamente vai se lembrar das enchentes ocorridas naquele ano e que deixaram muitos desabrigados especialmente em Blumenau, Itajaí e Porto União da Vitória.
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O projeto previa dois subsolos e a escavação começou a dar problema. Muita chuva, tudo desbarrancando e coberto de lona preta... E eu me culpava: “Como é que eu fui fazer dois subsolos??? Esta chuva toda é a revolta da natureza!!! Nunca, ninguém antes tinha tirado aquela terra dali!!! Como eu poderia ter proposto tamanha agressão???” E eu ia visitar a obra e via aqueles carinhas saindo dos tubulões, imundos, com os barrancos débeis ao lado, cobertos por lona preta... “Meu!!!... O que é que eu fui fazer???”
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É... talvez fosse medo de recém formada... pois a obra acabou sem qualquer problema.
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No entanto, pois é... mesmo depois de quase trinta anos de formada, acho que continuo sendo uma rata!!!
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Enfim... não seria muito mais viável o meu condominiozinho? Tão inofensivo...
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Era 1983... Eu havia feito o projeto de um dos primeiros prédios grandes ali da Rua Padre Anchieta, no Champagnat: o Edifício Onix, onde hoje funciona, embaixo, a Caixa Econômica.
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A obra estava na fundação e começou a chover... Quem morava no sul do país, certamente vai se lembrar das enchentes ocorridas naquele ano e que deixaram muitos desabrigados especialmente em Blumenau, Itajaí e Porto União da Vitória.
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O projeto previa dois subsolos e a escavação começou a dar problema. Muita chuva, tudo desbarrancando e coberto de lona preta... E eu me culpava: “Como é que eu fui fazer dois subsolos??? Esta chuva toda é a revolta da natureza!!! Nunca, ninguém antes tinha tirado aquela terra dali!!! Como eu poderia ter proposto tamanha agressão???” E eu ia visitar a obra e via aqueles carinhas saindo dos tubulões, imundos, com os barrancos débeis ao lado, cobertos por lona preta... “Meu!!!... O que é que eu fui fazer???”
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É... talvez fosse medo de recém formada... pois a obra acabou sem qualquer problema.
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No entanto, pois é... mesmo depois de quase trinta anos de formada, acho que continuo sendo uma rata!!!
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Enfim... não seria muito mais viável o meu condominiozinho? Tão inofensivo...
Opção 4:
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Bem... o terreno permite, ainda, mais de uma residência unifamiliar no mesmo lote. Aliás, permite até três residências unifamiliares no mesmo lote.
.
Então eu poderia construir um sobradinho na frente e dois nos fundos. Não... não gosto... Já falei... Além disso, só o nome: sobradinho, pelo diminutivo, já é pejorativo... Fico com uma sensação de aperto e pobreza. Uma solução muito viável, pra quem a considera uma solução.
.
“É, Vera... (... de vez!!!) talvez você tenha que passar a considerar a hipótese”... Pois... a Prefeitura permite!!! “Vamos lá, Vera... Você é capaz: Vai conseguir projetar algo sem cara de “bolo de noiva”... Ou pelo menos, algo mais moderno, com platibandas, dutos de churrasqueiras... vai conseguir dar uma cara mais atual pra esse bolo...”.
.
Mas... não seria muito mais viável o meu condominiozinho?
.
Opção 5:
.
Bem... “então pense, Vera (pois é!!!...), na hipótese de construir três residências unifamiliares no mesmo lote, uma atrás da outra”... “Não, nem pensar... Só sobra área pra circulação e um pouquinho pra respirar". Não sem razão, não consigo tirar “Aluísio de Azevedo” de minha cabeça... "Não, eu não quero...”. Mas... a Prefeitura permite!!!
.Bem... o terreno permite, ainda, mais de uma residência unifamiliar no mesmo lote. Aliás, permite até três residências unifamiliares no mesmo lote.
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Então eu poderia construir um sobradinho na frente e dois nos fundos. Não... não gosto... Já falei... Além disso, só o nome: sobradinho, pelo diminutivo, já é pejorativo... Fico com uma sensação de aperto e pobreza. Uma solução muito viável, pra quem a considera uma solução.
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“É, Vera... (... de vez!!!) talvez você tenha que passar a considerar a hipótese”... Pois... a Prefeitura permite!!! “Vamos lá, Vera... Você é capaz: Vai conseguir projetar algo sem cara de “bolo de noiva”... Ou pelo menos, algo mais moderno, com platibandas, dutos de churrasqueiras... vai conseguir dar uma cara mais atual pra esse bolo...”.
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Mas... não seria muito mais viável o meu condominiozinho?
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Opção 5:
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Bem... “então pense, Vera (pois é!!!...), na hipótese de construir três residências unifamiliares no mesmo lote, uma atrás da outra”... “Não, nem pensar... Só sobra área pra circulação e um pouquinho pra respirar". Não sem razão, não consigo tirar “Aluísio de Azevedo” de minha cabeça... "Não, eu não quero...”. Mas... a Prefeitura permite!!!
Opção 6:
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Seria construir duas residências no mesmo lote. Mas as unidades ficam muito grandes. Fora da realidade econômica. A Prefeitura permite esta opção, como permite construir uma só residência... Mas, acredito, quem tem cacife pra construir uma residência deste tamanho deveria optar por uma ZR-1, que é a opção muito mais adequada.
.
Não construiria uma solução não adequada economicamente, mesmo que houvesse público para isso... a não ser, sob encomenda, acho que projetaria, se não conseguisse convencer o cliente do contrário (é... ninguém é de ferro!!!).
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Além de tudo... é o maior de todos os “bolos de noiva”, pois é solução que permite subsolo, térreo, segundo pavimento e ático... Quase um predinho, especialmente se considerada a proporção frontal... Mas é uma residência unifamiliar.
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Não, não... Meu condominiozinho é muito melhor!!!
.
Concluindo:
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Bem... qualquer outra solução seria uma variante destas que estou mencionando. Não me ocorre nenhuma outra muito diferente.
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Infelizmente, pra mim, sou muito mais cidadã do que empresária. Assim... quem perde mais é a cidadã! E perde a cidade...
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Seria construir duas residências no mesmo lote. Mas as unidades ficam muito grandes. Fora da realidade econômica. A Prefeitura permite esta opção, como permite construir uma só residência... Mas, acredito, quem tem cacife pra construir uma residência deste tamanho deveria optar por uma ZR-1, que é a opção muito mais adequada.
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Não construiria uma solução não adequada economicamente, mesmo que houvesse público para isso... a não ser, sob encomenda, acho que projetaria, se não conseguisse convencer o cliente do contrário (é... ninguém é de ferro!!!).
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Além de tudo... é o maior de todos os “bolos de noiva”, pois é solução que permite subsolo, térreo, segundo pavimento e ático... Quase um predinho, especialmente se considerada a proporção frontal... Mas é uma residência unifamiliar.
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Não, não... Meu condominiozinho é muito melhor!!!
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Concluindo:
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Bem... qualquer outra solução seria uma variante destas que estou mencionando. Não me ocorre nenhuma outra muito diferente.
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Infelizmente, pra mim, sou muito mais cidadã do que empresária. Assim... quem perde mais é a cidadã! E perde a cidade...
Não estou tentando burlar a lei, como já fui acusada, pois estamos tratando de uma ZR-3. Se fosse um terreno de ZR-2, poderia se pensar que eu estaria tentando colocar uma unidade a mais do que o permitido. Não é a questão: trata-se de um terreno de ZR-3, onde é possível construir-se "habitação coletiva" (prédios com 4, 6 ou até 8 unidades, no caso).
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E, consideremos:.
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Juridicamente, o que se deve levar em conta é a intenção do legislador.
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Em quaisquer das circunstâncias, juridicamente, o que vale é a intenção do legislador.
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E certamente sua intenção, ao zonear a cidade, era mais ou menos assim:
.
Quanto às áreas residenciais, da mais restritiva à mais permissiva:
.
. Em uma ZR-1 somente uma unidade residencial por lote (definindo-se critérios de taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento e número de pavimentos, entre outros).
.
. Em uma ZR-2, a permissão de se subdividir os lotes, criando-se sub-lotes, possibilitando uma moradia por sub-lote. (definindo-se critérios de taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento e número de pavimentos, entre outros). Em uma ZR-2 o sub-lote deveria ser indispensável...
.Juridicamente, o que se deve levar em conta é a intenção do legislador.
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Em quaisquer das circunstâncias, juridicamente, o que vale é a intenção do legislador.
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E certamente sua intenção, ao zonear a cidade, era mais ou menos assim:
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Quanto às áreas residenciais, da mais restritiva à mais permissiva:
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. Em uma ZR-1 somente uma unidade residencial por lote (definindo-se critérios de taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento e número de pavimentos, entre outros).
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. Em uma ZR-2, a permissão de se subdividir os lotes, criando-se sub-lotes, possibilitando uma moradia por sub-lote. (definindo-se critérios de taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento e número de pavimentos, entre outros). Em uma ZR-2 o sub-lote deveria ser indispensável...
. Em uma ZR-3, já, a permissão de se edificar várias unidades residenciais em um só lote, sem a preocupação de se subdividir em sub-lotes. A cada unidade deve corresponder a sua respectiva fração ideal (definindo-se critérios de taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento e número de pavimentos, entre outros).
.
. Em uma ZR-4, o mesmo raciocínio de uma ZR-3, adotando-se o mesmo critério de “fração ideal”, porém com parâmetros de coeficiente de aproveitamento e número de pavimentos mais permissivos.
.
É esta, acredito, a intenção básica do legislador.
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. Em uma ZR-4, o mesmo raciocínio de uma ZR-3, adotando-se o mesmo critério de “fração ideal”, porém com parâmetros de coeficiente de aproveitamento e número de pavimentos mais permissivos.
.
É esta, acredito, a intenção básica do legislador.
.
Por que não poderíamos nós, projetistas, usar um critério tipicamente de ZR-3 em uma ZR-3?
.
Vejamos, ainda: em uma ZR-3, a Prefeitura nos permite construir um pavimento, dois pavimentos, três pavimentos, quatro pavimentos e até, cinco pavimentos. É uma prerrogativa do projetista. No caso em lide, somente optei por não continuar pra cima a edificação. Parei na primeira unidade residencial..., pois é o que o entorno pede (ganhando, de prêmio, maior conforto e segurança para os ocupantes das moradias e para seus circunvizinhos).
.
Não há por que existir o critério de unidades residenciais agrupadas verticalmente, pois somente trás, como demonstrei, anteriormente, prejuízo ao conjunto como um todo, e à população em geral... e, nunca, qualquer benefício.
.
E não haveria de ser esta, a intenção do legislador!!!
.E não haveria de ser esta, a intenção do legislador!!!
Certamente que não pretenderia usar o mesmo critério em uma ZR-2. Este conceito somente é válido em uma ZR-3, onde é possível construir-se “habitação coletiva”.
.
ENFIM... A PROPOSTA:
.
Entender que:
.Entender que:
- “Habitação coletiva” é um conjunto de unidades residenciais onde o seu terreno é coletivo. -
.
Só.
.Mas é muito simples... Nem no nome há o conceito de verticalidade.
.
.
É como o respeito e a consideração, a deferência, que recebemos por parte “Setor de Trânsito da URBS”, por exemplo, que optou por não transformar a “Rua Fernando Amaro” em mão única (contrariando a visão inicial dos seus técnicos) somente para não ser obrigado a dela retirar o ônibus, que por ali vai e volta, pois que os antigos moradores já estão habituados... há anos, o pegam no mesmo ponto...
.
Tal atitude, não trouxe qualquer prejuízo à população como um todo e beneficiou os locais...
.É como o respeito e a consideração, a deferência, que recebemos por parte “Setor de Trânsito da URBS”, por exemplo, que optou por não transformar a “Rua Fernando Amaro” em mão única (contrariando a visão inicial dos seus técnicos) somente para não ser obrigado a dela retirar o ônibus, que por ali vai e volta, pois que os antigos moradores já estão habituados... há anos, o pegam no mesmo ponto...
.
Tal atitude, não trouxe qualquer prejuízo à população como um todo e beneficiou os locais...
Obrigada! É esta a Curitiba humana de que tanto precisamos!!! Uma Curitiba regida por gente, não por máquinas que cumprem determinações...
.
.
Entendo que posso, eventualmente, estar totalmente enganada em meu raciocínio, mas o texto acima o embasa e eu teria que ser convencida de meu engano para conseguir desistir. Mas, mesmo nesta hipótese, a hipótese de eu estar errada, gostaria de ser atendida pelos funcionários da nossa Municipalidade, com o respeito e consideração devido a qualquer cidadão bem intencionado.
.
E é como cidadã, (não como profissional, nem como empresária) que peço o seu parecer.
.Entendo que posso, eventualmente, estar totalmente enganada em meu raciocínio, mas o texto acima o embasa e eu teria que ser convencida de meu engano para conseguir desistir. Mas, mesmo nesta hipótese, a hipótese de eu estar errada, gostaria de ser atendida pelos funcionários da nossa Municipalidade, com o respeito e consideração devido a qualquer cidadão bem intencionado.
.
E é como cidadã, (não como profissional, nem como empresária) que peço o seu parecer.
"VIVA A CURITIBA VIVA!!!"
.
DEPOIS:
.
Mais tarde, ainda, protocolei correspondência junto ao "Departamento de Urbanismo" com novas justificativas ao meu pedido, somente mais tarde levantadas:
.Mais tarde, ainda, protocolei correspondência junto ao "Departamento de Urbanismo" com novas justificativas ao meu pedido, somente mais tarde levantadas:
O texto:
.
Ao
Ao
"Conselho Municipal de Urbanismo" da
"Prefeitura Municipal de Curitiba"
."Prefeitura Municipal de Curitiba"
Prezados senhores:
.Solicito a aprovação de meu projeto protocolado no "Departamento de Urbanismo" sob n.o. 01-142778/2008, enquadrando-o como “Habitação coletiva” levando em conta o conceito constante do “Capítulo XXIII (“Classificação das Edificações”) - art. 183 - da Lei 11.095 de 8 de julho de 2004” (o nosso "Código de Posturas" - a lei mais importante do Município), onde se lê, tão somente:
.
“As edificações coletivas serão sob forma de condomínio, deverão obedecer a legislação civil específica, onde a cada unidade imobiliária corresponde uma fração ideal do terreno.”.
.
Tal pedido prende-se ao fato de entender que não cabe o critério de unidades habitacionais autônomas “agrupadas verticalmente” do “Decreto 212/2007”, pois o mesmo além de ser nocivo ao desenvolvimento de projetos muito interessantes para o Município, modifica, ainda, o conceito de "Habitação Coletiva" constante da referida Lei.
.
Note-se, que o referido “Decreto” foi assinado “considerando a necessidade de serem alteradas as regras de edificações para melhor adequação às exigências da Lei 11.095 de 2004” (- redação extraída de seu preâmbulo -) e que a “Lei” é clara quanto ao conceito de “fração ideal”, não fazendo qualquer referência a unidades residenciais autônomas “agrupadas verticalmente”.
.
Portanto, importantíssimo: O critério de "unidades habitacionais autônomas agrupadas verticalmente" do "Decreto 212/2007" está, claramente, modificando o conceito de "habitação coletiva" definido na "Lei 11.095/2004".
.
Ponderando:
.Ponderando:
A idéia de que um conjunto de “habitação coletiva” deve constituir-se de um agrupamento vertical, surgiu, provavelmente, para contrapor-se à idéia de que um conjunto de “residências em série” deve constituir-se de um agrupamento horizontal.
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Acredito que... nada a ver. Pois, analisemos:
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Um conjunto de “residências em série” deve constituir-se de um agrupamento horizontal, porque, como é indispensável a adoção do critério de “sub-lotes”, não há a hipótese de que seja vertical ( não se pode colocar um sub-lote encima do outro sub-lote...).
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Imaginou-se, indevidamente: se um conjunto é horizontal então... o outro conjunto é vertical...
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Não!!!: o conjunto horizontal o é por “conceito”... não por “contraposição”.
.
A contraposição entre um conjunto de “residências em série” e um conjunto de “habitação coletiva” é: um exige a adoção de "sub-lotes", o outro, não (basta a adoção de "fração ideal").
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Então... conclui-se que o critério de horizontalidade (atribuído às “residências em série”) é inócuo (pois em nada modifica o seu entendimento) e que, portanto, o critério de verticalidade (atribuído às “habitações coletivas”) é indevido.
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Não!!!: o conjunto horizontal o é por “conceito”... não por “contraposição”.
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A contraposição entre um conjunto de “residências em série” e um conjunto de “habitação coletiva” é: um exige a adoção de "sub-lotes", o outro, não (basta a adoção de "fração ideal").
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Então... conclui-se que o critério de horizontalidade (atribuído às “residências em série”) é inócuo (pois em nada modifica o seu entendimento) e que, portanto, o critério de verticalidade (atribuído às “habitações coletivas”) é indevido.
"Viva Curitiba!!! Viva a Curitiba viva!!!"
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Vera Regina da Cruz
.Vera Regina da Cruz
Considerando a proposta apresentada esse CMU vota pelo NÃO PROVIMENTO da solicitação, pois conforme o projeto o empreendimento terá que ser enquadrado como residências em série sendo que o número máximo admissível será de 3 unidades.
E A MINHA DECISÃO:
Construí no terreno um edifício com subsolo, 3 andares mais ático e 12 unidades habitacionais.
E A MINHA DECISÃO:
Construí no terreno um edifício com subsolo, 3 andares mais ático e 12 unidades habitacionais.