Um dia de final de primavera... céu azul, sol a pino. Luz intensa forçando passagem por entre a vegetação exuberante!!! A Praça Osório: sua fonte, seu relógio... seus adereços antigos.
Sentamo-nos só pra esticar o tempo, curtindo, mutuamente, companhia tão prazeirosa e rara. Uma banda... música ao vivo!!!... canções dos anos setenta. Pessoas passam agitadas, sem se dar conta de nada. E um mendigo dança!!! Ele capta, certamente sem a intenção de fazê-lo, a música, o cheiro, as cores, o clima... Ele capta a atmosfera(!) e ele dança!!! E dança... E dança exatamente no rítmo... Ele dança com graça!!! Dança!!! Dança... Está feliz!!!... O mendigo está feliz da vida!!!
Seria ele o único a desfrutar o cenário perfeito???
Fácil notar: na carência a receptividade é maior. Tudo toca. Valoriza-se mais o óbvio. Pode-se ser feliz com tão pouco!!!
Pouco???
Mas... afinal: quem é carente??? De quê???